segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Saudade em vigília

Está chegando o aniversário da partida
Preparo a alma que revive a despedida
Tracejo linhas que demarcam nossas vidas
Escrevo um verso e suavizo a dor  sentida
poucas palavras
roucas palavras
ocas palavras
garganta atatada
nó sem gravata
brilho sem festa
manhã gelada
tarde esperada
noite sem nada
E eu com saudades das mãos e do olhar esverdeado e brilhante de meu Pai.-
manhã gelada...
terapias sem lógica...
frio sem propósito...
dor sem relógio ...
transfusão sem saída
tristeza sem medida
saudade espremida
olhar afogado e sem prisma
saudade doída...
Doida saudade em vigília
Constante vigília...

2 comentários:

  1. Suêamiga:
    Comovente o relato desta saudade. Lembrei de tantos que partiram e permanecem vivos em meu cotidiano, num aroma, numa flor, em uma palavra que passa esvoaçando a lembrar de antigos risos, no sabor de uma comida com gosto de antigamente e de quintais da infância. Comungo desta saudade. Beijus no coração.

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  2. Obrigada Jaci queridamiga
    Estou aprendendo essa sensibilidade da qual você descreve: sobre a presença dos ausentes queridos de nossa vida, de variadas formas e sentidos. Ter você como amiga é uma referência para minhas superações.
    Beijo

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